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18/11/2016

Conceituando Alfabetização e Letramento


            O termo “alfabetização” é um conceito bastante conhecido e familiar, onde responderíamos que corresponde à ação de ensinar a ler e escrever. Na alfabetização eram consideradas a codificação e decodificação, e eram utilizadas cartilhas como livros didáticos. Na alfabetização conseguimos apenas decodificar, porém na maioria das vezes o entendimento daquela leitura não acontece. A partir da década de 1980, o ensino da leitura e da escrita centrado no desenvolvimento das referidas habilidades, desenvolvido com o apoio de material pedagógico que priorizava a memorização de sílabas e/ou palavras e/ou frases soltas, passou a ser amplamente criticado.               No campo da Psicologia, foram muito importantes as contribuições dos estudos sobre a psicogênese da língua escrita, desenvolvidos por Emília Ferreiro e Ana Teberosky (1984). As autoras defenderam uma concepção de língua escrita como um sistema de notação alfabético. Elas constataram que as crianças ou adultos analfabetos passavam por diferentes fases, que vão da escrita pré-silábica até as etapas silábica e alfabética. Não seria através de textos forjados, como eram encontrados nas cartilhas, que a aprendizagem significativa da língua aconteceria, mas através da interação da língua escrita e de suas funções.                                                                                                  Segundo Soares (1998), o termo letramento é a versão para o Português da palavra de língua inglesa literacy, que significa o estado ou condição que assume aquele que aprende a ler e a escrever. Esse mesmo termo é definido no Dicionário Houaiss (2001) “como um conjunto de práticas que denotam a capacidade de uso de diferentes tipos de material escrito”.                                                                 Muitos alunos saem da escola sabendo decodificar e codificar, mas não conseguem produzir textos ou entender aquilo que estão lendo, isso acontece pela falta de interação no ensino da língua escrita com o cotidiano desses alunos. “(...) alfabetizar e letrar são duas ações distintas, mas não inseparáveis, ao contrário: o ideal seria alfabetizar letrando, ou seja: ensinar a ler e escrever no contexto das práticas sociais da leitura e da escrita, de modo que o indivíduo se tornasse, ao mesmo tempo, alfabetizado e letrado (p. 47).” Soares (1998a). Para que esse alfabetizar letrando aconteça, a escola deve criar oportunidades onde os alunos possam interagir com diferentes gêneros textuais, com base em contextos diversificados. É preciso o desenvolvimento de um trabalho sistemático de reflexão sobre as características do nosso sistema de escrita alfabético.                                                               Sabemos então que hoje alfabetizar não é mais codificar e decodificar, mas estar inserido em práticas diferenciadas de leitura, onde podemos ter autonomia para produzir textos e os compreender sem a mediação de outra pessoa. 

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